JUSTIFICATIVA

Sr. Presidente,

Srs. Vereadores,

Sra. Vereadora,

Alimentação é um assunto muito delicado e uma queixa muito frequente dos pais com os filhos com autismo. Não apenas pela angústia, pelo risco de deficiências nutricionais, mas, pelo momento da refeição se torna um momento de estresse.

Para pessoas com transtorno do Espectro do Autismo (TEA), essa dificuldade na alimentação é bem comum, pois recebem interferência direta de estímulos sensórias.

As crianças com TEA podem apresentar comportamentos restritivos, seletivos e ritualístico que afetam diretamente seus hábitos alimentares resultando em desinteresse e recusa para alimentação.

Uma pesquisa recente, definiu o grau de seletividade alimentar e comparou estes índices entre crianças com autismo e crianças com desenvolvimento típico de acordo com três domínios: recusa alimentar; repertório alimentar limitado e ingestão alimentar única de alta frequência. Esta pesquisa constatou que as crianças com TEA apresentaram mais recusa alimentar que as crianças com desenvolvimento típico dos alimentos oferecidos. Além disso, exibiram um repertório alimentar mais limitado do que as crianças com desenvolvimento esperado para suas idades.

Alguns fatores podem contribuir para seletividade alimentar, um deles está relacionado à sensibilidade sensorial – também chamada de defensiva sensorial ou reação sensorial, é a reação exagerada a certas experiências de toque, muitas vezes resultando em uma aversão ou uma resposta comportamental negativa.

A alimentação pode ser negativamente afetada pela sensibilidade sensorial e texturas, gostos, cheiros e temperaturas dos alimentos especialmente em crianças com autismo.

Com isso, podemos tentar entender as dificuldades na alimentação para pessoas com autismo, por suas sensações.

Outros fatores podem estar associados como, atrasos das habilidades motoras orais resultado em aumento de esforço para mastigação; os padrões de comportamento restritos,

repetitivos ou estereotipados, que levam a uma insistência na mesmice e recusa a flexibilidade; e ainda problemas gastrointestinais, que podem relacionar desconforto à alimentação ou intolerância ou alergia, que também podem interferir. Mas mesmo com essas dificuldades, que podem ser gradativamente superadas através de tratamentos possíveis com profissionais especializados, como terapeuta ocupacional (interação sensorial), fonoaudióloga, nutricionista, psicóloga, o0 estimulo da família em casa é fundamental.

O ambiente, a maneira de ofertar o alimento, os habito alimentares, pode tornar a experiência alimentar mais agradável e estimulante para a criança.

As questões alimentares também podem estar ligadas a fatores comportamentais. Sendo assim, proporcionar um ambiente adequado, pode melhorar a qualidade da alimentação.

Diante da seletividade alimentar dos alunos diagnosticados com Transtorno Espectro Autista – TEA, solicito de urgência, estudo para que seja desenvolvido uma terapia nutricional especifica com apoio de uma equipe multiprofissional levando a um desenvolvimento nutricional, físico e cognitivo adequado.    

Considerando, enfim que compete ao poder público municipal à tomada de providências no sentido de que as necessidades das comunidades sejam atendidas e que é do interesse comum dos dignos representantes do povo é que submeto á vossa apreciação a seguinte matéria:

INDICAÇÃO N°           /2023

Indico, na forma regimental e após manifestação do soberano Plenário, que seja oficiado Excelentíssima Srª Prefeita Municipal que interceda junto às secretarias responsáveis, desenvolver uma terapia nutricional específica com o apoio multiprofissional para os alunos diagnosticados com Transtorno Espectro Autista – TEA nas unidades de ensino do município de Marituba  .

 

Plenário “Ver. Luiz Mesquita da Costa”, em 05 de Maio de 2023.

Vereador Allan Augusto Matos Besteiro - PSD

Documento publicado digitalmente por ALLAN BESTEIRO em 09/05/2023 às 13:19:55.
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